quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Artigo

15 de outubro de 2009.
Elias Reis
eliasreis.ilheus@gmail.com
Regras, partidos e candidatos.
Muitos candidatos!

Além de nós ilheenses termos que eleger governador e senador, escolheremos, em outubro próximo, precisamente daqui a doze meses, nosso candidato a deputado estadual e federal. E, se ao fazermos essa escolha não considerarmos o seu partido ou coligação, corremos o risco de votar em pessoas decentes e, no entanto, ajudarmos a eleger os piores políticos do nosso estado.
Diferentemente das eleições majoritárias - governador e senador -, nas quais os candidatos disputarão uma única vaga, nas proporcionais os candidatos disputarão várias vagas. O estado da Bahia, por exemplo, tem aproximadamente 9.1 milhões de eleitores e 39 vagas na Câmara Federal. Presumindo que 15% dos eleitores deixem de votar ou votem nulo, serão 7,4 milhão de votos válidos para eleger os 39 deputados federais: 190 mil votos por vaga (este número, que varia de um estado para outro, é o que se chama quociente eleitoral). Para entender por que tantas pessoas entram numa eleição que é tão difícil ganhar, é preciso conhecer as suas regras.
A explicação está em que as vagas são distribuídas conforme o total de votos dados aos candidatos do mesmo partido ou coligação. Ou seja, cada partido ou ‘frente’ coligada soma a votação de todos os seus candidatos mais os votos dados para as coligações proporcionais formadas e, a cada 190 mil votos, elege um deputado. A distribuição das vagas conquistadas é feita conforme a votação individual. Os candidatos mais votados do partido ou coligação ganham as vagas, ficando os seguintes mais votados como 1°, 2° e 3° suplentes.
É até possível que um candidato com apenas 500 votos consiga se eleger, enquanto um outro candidato que tenha 50 mil votos não consiga ficar nem na suplência. Tudo depende do partido e/ou das alianças, tendo como base o quociente eleitoral. Este é o Sistema eleitoral brasileiro. Se este processo é democrático ou não, é outra história. Mas convém indicar ao menos uma de suas vantagens. A vantagem é que, “em eleições proporcionais, não existe voto perdido”, exceto quando o partido ou coligação não obtém o tal quociente. Ou seja, ainda que o meu candidato preferido não seja eleito, meu voto ajudará a eleger alguém que, por ser filiado ao meu partido ou fazer parte da mesma coligação, deve ter a mesma bandeira.
A desvantagem é que o sistema favorece os políticos profissionais, que estimulam a candidatura de pessoas sem expressão política no estado (normalmente tem alguma apenas na cidade), só para trazerem votos ao seu partido e, consequentemente à aliança na proporcional. O pior de tudo em Ilhéus, é que todo mundo quer ser candidato a alguma coisa e, termina atrapalhando aqueles que realmente têm projetos, que sabem o que querem e tem condições de vitória. Quando esse alguém, conscientemente, se candidata a colaborar com o seu partido, não há problema. Quando, porém, essas pessoas se candidatam apenas na vaidade, com apoio financeiro de outros candidatos profissionais (normalmente de fora), falando apenas que é um bom sindicalista, que é um bom secretário, que é um bom presidente de uma agremiação política (mesmo que nanica), que não tem projetos e nem programas e, muitas vezes se se candidatando para colher dividendos amanhã, elas terminam jogando contra a democracia, tornando-se um contra-mão na história do pleito. Passadas as eleições, descobrem que foram usadas como alavancas eleitorais para políticos sem ética... Na realidade essas pessoas não passam de interesseiros, politiqueiros...mulas sem propósitos. Verdadeiras marionetes do espetáculo chamado política.
Esse é o nosso sistema eleitoral, as regras, os partidos e os políticos com suas vantagens e desvantagens. O importante não é apenas saber em quem votar, mas também saber qual o partido e a aliança. É preciso saber quem são os candidatos que compõe o seu partido e/ou coligação. Voto para deputado não se “perde”, porque conta como legenda para o partido escolhido. Por isso, mais uma vez alertamos: tão ou mais importante quanto se informar sobre as qualidades e aptidões pessoais do seu candidato, é conhecer os outros candidatos lançados pelo mesmo partido e/ou coligação, porque eles poderão ser eleitos pelo seu voto.
Em Ilhéus já se especula candidatos à Dep. Federal: Carlinhos Freitas, Raimundo Veloso, Cacá Colchões, Carlos Massarrolo, Alcides Kruschewsky, Magno Lavigne, Rúbia Carvalho e Mário Alexandre. Teoricamente, apenas um candidato, talvez, venceria a eleição. Eleger dois federais é utopia.
Se continuar com essa “ruma” de candidatos, a tendência é dividir e, Ilhéus ficar sem representante nenhum. Vaidade, gabolice, pose, sapato alto, interesses pessoais e uma oratória e ideologia barata, não vão levar ninguém a nada. Principalmente político sem articulação, sem propostas, sem traquejo e sem grana. Chega de delírios!
Ainda está em tempo de pensar, refletir e desistir.
Ainda está em tempo de evitar desgaste político e decepção nas urnas.
Ilhéus agradece!
Pressionado, Serra se recusa a ‘assumir’ candidatura

De passagem por Brasília, o governador tucano José Serra reuniu-se reservadamente com Sérgio Guerra, presidente do PSDB, e José Agripino, líder do DEM.

Às voltas com uma pressão para que assuma a condição de candidato à presidência, Serra disse, a portas fechadas, que não cogita modificar sua estratégia.

Repisou velhos argumentos. Repetiu que nem mesmo sua principal rival, a ministra Dilma Rousseff, assumiu a condição de candidata.

Deu de ombros para a crítica de que a indefinição do tucanato retarda a formação de palanques nos Estados.

Disse que o fato de manter a candidatura à sombra não impede que participe das articulações políticas que se desenrolam na ante-sala de 2010.

Serra abalara-se até Brasília para participar da cerimônia de posse de José Múcio, o novo ministro do TCU.

Sérgio Guerra, que também participara da entronização de Múcio, levou-o ao encontro de Agripino.

O líder ‘demo’ solicitara o encontro. Estava preocupado em desfazer um mal-estar que envenena as relações de Serra com o DEM.

Começou na semana passada, depois de uma reunião em que a Executiva do DEM revelou-se preocupada com o chove-não-molha do PSDB.

A tribo ‘demo’ inquieta-se com as evoluções da dupla Lula-Dilma no palco da sucessão. E pede pressa na definição do candidato do PSDB.

Para complicar, o deputado Rodrigo Maia (RJ), presidente do DEM, levou ao noticiário declarações de simpatia a Aécio Neves, que mede forças com Serra.

Para complicar mais ainda, enquete veiculada no último final de semana revelou que a maioria dos congressistas do DEM prefere Aécio a Serra.

Os vapores do caldeirão foram respirados num jantar realizado na segunda (19), no apartamento de Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo.

Foram à mesa, além do anfitrião, Sérgio Guerra, Serra e Aécio. Discutiram sobre a conveniência de se render à incontornável antecipação da campanha.

Serra manteve-se impassível. Advoga que a definição do tucanato se dê em março de 2010. Aécio fala em janeiro. Guerra prefere dezembro de 2009.

No encontro de Brasília, Agripino disse a Serra que deveria relevar as declarações de Rodrigo Maia. Disse que o deputado está submetido aos humores do partido.

Mesmo o pedaço do PSDB que endossa as críticas do DEM considerou inadequadas as declarações de Rodrigo Maia.

Fechado com Serra, o presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen, tampouco viu com bons olhos a exposição pública de desavenças.

Alheio à contrariedade de Serra, Aécio enxerga no sacolejo do DEM um tônico para suas pretensões.

Enquanto Serra tricotava em Brasília, Aécio falava aos repórteres em Minas. Foi aos holofotes nas pegadas de uma cerimônia do Unicef.

A entidade da ONU entregou a municípios mineiros o “Selo Unicef”. Reconhecimento a avanços na proteção dos direitos de crianças e adolescentes.

O blog recebeu da assessoria de Aécio uma transcrição das declarações que o governador fizera em Belo Horizonte.

Instado a comentar o jantar no apartamento de FHC, ele disse: São “conversas absolutamente naturais”.

Revelam “uma disposição nossa de caminharmos para uma definição”. Sem “imposições”. Nada “a toque de caixa”. Porém...

Porém, disse o governador mineiro, “é um momento de avaliarmos nossas posições”.

Sendo ele o candidato, se diz “pronto para empunhar a bandeira”. Se os ventos soprarem noutra direção, “certamente outros nomes existem”.

Aécio saboreou a enquete feita entre os congressistas do DEM, na qual prevaleceu sobre Serra. “Recebi como enorme estímulo e incentivo [...]...”

“...Isso é uma demonstração clara de que não há decisão tomada e há espaço para nós criarmos um projeto que eu chamaria de mais convergente”.

Repetiu algo que vem dizendo há tempos. Considera-se mais agregador do que Serra. “Nós poderíamos ter alguns outros atores ao nosso lado”.

Fez um aceno à unidade: “Estarei ao lado do candidato que o meu partido escolher, mesmo se não for o meu nome”.

E voltou à tecla: “Apenas acho que, pelas sinalizações que eu tenho recebido, manifestações como essas do DEM e de outras forças políticas...”

“...Poderíamos, quem sabe, ter uma aliança ainda mais ampla do que essa que já está consolidada com o DEM e com o PPS”. E quanto ao calendário?

“Acho que janeiro seria um bom momento para termos essa decisão. No que depender de mim, com uma consulta mais ampla às bases do partido”.

Admite as divergências internas quanto aos prazos. Acha que a tática da calma “está correta”. Considera que a “ansiedade” dos aliados é administrável.

Insiste no mês de janeiro como prazo limite. “Temo que daí por diante, possamos chegar um pouco atrasados”.

Lula subverteu injetou 2010 em 2009 por razões óbvias. Sua candidata, além de noviça em eleições, era desconhecida do eleitorado.

Não se sabe, por ora, se o presidente vai auferir os dividendos eleitorais que idealizou. Mas já obteve um subproduto: deu um nó na cabeça da oposição, que busca um lenitivo no TSE.
Escrito por Josias de Souza às ०५ह५१

Mega-aliança de Dilma terá 7 partidos e o dobro de TV

Lula converteu o Alvorada em palco da aliança PT-PMDB em favor de Dilma

Lula alinhavou na noite passada o principal ponto da costura que acomodará ao redor de Dilma Rousseff a maior aliança já constituída numa eleição presidencial.

Em jantar realizado no Palácio da Alvorada, o presidente patrocinou a celebração de um pré-acordo eleitoral entre PT e PMDB.

São os dois maiores partidos do consórcio governista. Ficou sacramentado que virá do PMDB o parceiro de chapa de Dilma.

Espera-se agregar à aliança outras cinco legendas menores: PDT, PCdoB, PR, PRB e PP. Dilma se reuniu com todas, exceto o PP, agendado para a semana que vem.

Estima-se que, escorada nessas sete legendas, Dilma vai à campanha de 2010 com o dobro do tempo de TV do rival do PSDB, provavelmente José Serra.

Dilma disporia de algo em torno de 11 minutos. Serra, por ora fechado apenas com DEM e PPS, teria cerca de 6 minutos (O cálculo depende do total de candidatos).

À mesa do Alvorada, Lula disse que sua candidata dispõe de uma aliança para vencer e, mais importante, governar a partir de 2011.

O repasto começou Às 20h30 com um coquetel, no living do palácio. E terminou com um brinde, pouco antes das 23h, na sala de jantar.

Coube ao deputado Antonio Palocci (PT-SP) erguer a taça de vinho tinto. Brindou ao êxito da parceria PMDB-PT e ao futuro do Brasil.

Participaram do “tintim”, além do anfitrião, ministros e congressistas das duas legendas. O roçar de taças ocorreu depois da intervenção de Dilma.

Ela agradeceu o gesto do PMDB. Exaltou o papel do parceiro na “coalizão” que dá suporte político à gestão Lula.

Afirmou que, respaldada pela mesma parceria, sente-se à vontade para ir às ruas e falar sobre o futuro do país, à luz “do que já foi feito” sob Lula.

Dilma foi a última a falar. Antes dela, manifestaram-se Ricardo Berzoini, pelo PT; e Michel Temer, pelo PMDB.

Berzoini realçou o valor estratégico da aliança nacional com o PMDB. Esquivou-se de mencionar que a vice seria do PMDB.

Temer tratou de levar à mesa a reivindicação da vice. Mencionou dois outros pontos alinhavados em tratativas anteriores.

Disse que o PMDB deseja integrar o comando da campanha de Dilma e participar da elaboração do programa a ser esgrimido pela candidata nos palanques.

É a primeira vez, disse Temer, que o PMDB participa de uma campanha presidencial em todas as suas fases, desde o nascedouro.

Meia verdade. Na sucessão de 2002, o partido acertara-se com o tucano José Serra. Indicara para vice a deputada Rita Camata (ES), recém-filiada ao PSDB.

Nas pegadas de Temer, falou Lula. Cuidou de corrigir a omissão de Berzoini. “Vamos deixar as coisas claras”, iniciou.

PT e PMDB, disse o presidente, na condição de maiores partidos da coligação, comporão a chapa. “O PMDB tem a vice”, declarou, em timbre peremptório.

Mencionou outro tópico que inquieta a cúpula do PMDB: a dificuldade de reproduzir a aliança nacional em todos os Estados.

Onde não for possível fechar acordos, Lula acrescentou, haverá uma regra de convivência entre os candidatos a governador das duas legendas.

Nesse ponto, Lula olhou para Geddel Vieira Lima, o ministro pemedebê que irá às urnas da Bahia contra o governador petê Jaques Wagner.

“Em determinados casos”, disse Lula, “talvez nem eu nem a Dilma vamos poder participar das campanhas...”

“...Há companheiros envolvidos. Não vamos tratar como uma questão pessoal, mas política. Vocês vão ter de fazer uma comissão para definir como vai ser”.

O pré-acordo consolidado no jantar terá de ser referendado nas convenções partidárias que ocorrerão em junho de 2010.

O PMDB, como sempre, está dividido. Mas Temer disse no jantar que antevê uma aprovação “tranquila” ao nome de Dilma na convenção peemedebista.

Acertados os detalhes, os comensais foram aos talheres. O cardápio do Alvorada incluía dois tipos de prato: filé e costela de tambaqui, um peixe amazônico.

O repasto terminou sem que ninguém mencionasse à mesa o nome do futuro vice de Dilma. Temer é o nome mais provável. Porém...

Porém, entende-se que o mais adequado é transferir a decisão para o ano que vem. Primeiro porque Dilma ainda não se assumiu formalmente como candidata.

Segundo porque, reconhecendo-se prematuramente como postulante à vice, Temer iria à vitrine na condição de alvo. Algo que não convém a alguém que se apresenta como árbitro.

Estavam representados no jantar o PMDB da Câmara (Temer e o líder Henrique Eduardo Alves); e o do Senado (José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá).

Exceto por José Gomes Temporão (Saúde), que festejava o aniversário com a família, no Rio, foram ao Alvorada todos os ministros do PMDB.

Entre eles o recém-filiado Henrique Meirelles, que, como presidente do BC, tem status de ministro.

Pelo lado do PT, além de Berzoini e Dilma, compareceram os líderes das duas Casas do Legisaltivo e os ministros Tarso Genro (Justiça) e Paulo Bernardo (Planejamento).

Saíram todos com as almas e os estômagos saciados। Querem agora jantar José Serra।

Fonte
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/